COMO SERÁ O MERCADO DE TRABALHO DEPOIS DA COVID-19?
Sim, essa crise vai passar, mas ninguém será o mesmo depois dela. A vida, definitivamente, está sendo revisada pela maioria e, inevitavelmente, levando a muitas reflexões. O COVID-19 deixará como legado diversos aprendizados, principalmente no mercado de trabalho. Mas, o que de fato mudará?
“O que muda diz respeito à velocidade com a qual teremos que aderir ao que já temos como, por exemplo, inteligência artificial, realidade aumentada, gamificação, machine learning, processos de recrutamento e seleção realizados por Apps, ensino à distância e o nunca tão falado home office. O que muda é o nosso learnability, ou seja, a nossa capacidade de aprender”.
Talvez seja o subsistema de Recursos Humanos que mais se desenvolveu sob o ponto de vista do uso de tecnologia. Hoje já existem empresas e até aplicativos que buscam fazer o match perfeito entre candidato e empresa, propondo que o candidato encontre a empresa ideal a partir de seus próprios valores e que a empresa faça exatamente o mesmo. Entrevistas para seleção à distância já é uma realidade, assim como uso de vídeos e outras funcionalidades que podem encurtar distâncias e economizar tempo com entrevistas presenciais.
O que deve mudar mesmo quando o tema é recrutamento e seleção diz respeito às vagas disponíveis e qualificação dos candidatos. Se antes do cenário devido ao COVID-19 já vivíamos um verdadeiro apagão de talentos, agora teremos ainda mais dificuldade para encontrarmos pessoas que possuam as competências necessárias para a nova realidade.
A área de Recursos Humanos precisa se adaptar com velocidade às necessidades impostas pela pandemia. O Home Office se tornou uma realidade da noite para o dia, mas a legislação não mudou. Pessoas que antes nunca tinham trabalhado de maneira remota precisam agora se adaptar rapidamente para que possam seguir executando seu trabalho de maneira produtiva e saudável. No último mês, foi constatado de que é possível se trabalhar de casa e continuar sendo produtivo, o que reduz custos fixos para as organizações e grandes deslocamentos que fazem desperdiçar horas preciosas.
Mais do que nunca, é preciso oferecer capacitação e desenvolvimento às pessoas – Especialmente para a área de Treinamento & Desenvolvimento, surge uma necessidade ainda maior de se cuidar das pessoas e dos negócios que retornarão desta quarentena para um outro mundo. O desenvolvimento de novas competências sob o ponto de vista da execução do trabalho inclui a gestão do tempo, o uso de tecnologias disponíveis para otimização do trabalho e comunicação, mas isso não é tudo. É necessário cuidarmos do desenvolvimento humano de maneira integral, e isso implica no desenvolvimento de competências sócio emocionais (apontadas como essenciais pelo Fórum Econômico Mundial para o futuro do trabalho), além de encontrarmos meios para que as pessoas se mantenham ativas fisicamente mesmo estando em suas casas. Os treinamentos serão fundamentais tanto para as conhecidas hard skills como também as soft skills.
“Hoje temos ferramentas disponíveis para treinamentos à distância que possibilitam intervenções como se todos estivessem reunidos no mesmo ambiente. Temos uma oportunidade única gerada por este cenário global, vamos nos reinventar, descobrir novas maneiras de fazer o nosso trabalho e sermos ainda mais criativos. E, mais do que nunca, desenhar soluções de aprendizagem com o ser humano no centro do processo”.
A tecnologia pode e deve ser usada a favor dos profissionais e das organizações. E isso será cada vez mais forte. O primeiro passo é garantir que as pessoas tenham as condições de conectividade para trabalharem de maneira remota. Isso inclui tanto a infraestrutura como acesso a sistemas que fazem parte de seu trabalho. É necessário também garantir a segurança da informação e ao mesmo tempo ser ágeis para colocar tudo para funcionar. Quanto mais integradas estiverem essas ferramentas, mais produtivo será o trabalho de toda a equipe. Em T&D, modalidades como E-Learning, sessões de mentoria online, mobile learning, palestras e webinars, e videoconferências entre equipes serão cada vez mais usadas.
Recursos que aprimorem o equilíbrio emocional
Apesar de estarmos rodeados por dispositivos e termos familiaridade com a tecnologia, isso não significa que as pessoas saibam fazer uso de tudo que temos disponível para serem produtivas. É também este excesso de tecnologia que contribui para aumentar ainda mais os níveis de stress que já está alto por conta do momento atual e o que está por vir. É preciso oferecer recursos para que as pessoas aprimorem o seu equilíbrio emocional.
O equilíbrio emocional é a capacidade da mente e do corpo em manter a estabilidade e a flexibilidade em meio a desafios e mudanças nos mais variados aspectos. Esse equilíbrio promove a saúde física e é um pré-requisito para o bem-estar e o crescimento profissional e pessoal. Em outras palavras: manter um estado mental ou emocional equilibrado depende da forma como conduzimos nossos pensamentos e atitudes. Todos nós experimentamos pensamentos e emoções negativas de tempos em tempos, mas manter uma postura neutra e equilibrada é o que nos faz permanecer no controle das situações.
Algumas técnicas simples que devem ser utilizadas no dia a dia são alongamento, yoga, meditação e mindfulness. Os benefícios, especialmente neste momento superam qualquer dificuldade que as empresas possam enfrentar para implementar práticas como essa.
O desafio será estarmos abertos a experimentar todas essas tendências. Afinal, já não teremos tempo para resistir, uma vez que a mudança não acontecerá de maneira gradativa, e sim impulsionada pela contingência que atravessamos.
Por Flora Alves, CLO da SG – Aprendizagem Corporativa, idealizadora do Trahentem® e uma das maiores especialistas de aprendizagem no Brasil.
Fonte: RH pra você
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