CONCORRÊNCIA DIGITAL AVANÇA SOBRE AS VENDAS DE ALIMENTOS
Muitos brasileiros descobriram o e-commerce de alimentos durante a pandemia. Mas a movimentação atraiu novos players na disputa desse segmento. Cada vez mais novos players vão concorrer diretamente no comércio online desses produtos com o autosserviço. Alguns exemplos de fora são Magazine Luiza, Mercado Livre, dentre outros.
Parte deles entrará no jogo por meio de marketplaces ou novos modelos de negócios. Além disso, redes que haviam saído da venda pela internet estão retornando, como o Dia e o Big (ex-Walmart), que firmou uma parceria com os portais/apps Supermercado Now e Cornershop Quem entra nessas plataformas escolhe o varejo em que quer comprar e seleciona os produtos. A separação e a entrega ficam por conta das startups.
Enfrentar esses novos competidores exige mais do que oferecer um canal de compra online ao cliente. É preciso integrar a experiência dele com a loja física. “O futuro do varejo tem duas vertentes que se complementam: o e-commerce e a experiência em loja”, afirma Amanda Vasconcelos, diretora do Hiperideal , 17 lojas na Bahia. Para ela, o online será uma comodidade para comprar itens básicos, enquanto na loja o consumidor buscará uma experiência mais prazerosa. As vendas online, cuja participação era de 1% no Hiperideal antes da Covid-19, chegou a representar 9% das vendas da rede baiana durante a crise
Alexandre Poni, sócio-fundador do Verdemar (MG), concorda que a experiência sempre vai ser um diferencial no supermercado físico. “Precisamos receber bem o cliente e mimá-lo. Há uma população grande de idosos, por exemplo, e muitos acabam se sentindo solitários e querem se relacionar na loja, algo que não está sendo possível na pandemia, mas que voltará”, afirma.
“Precisamos oferecer lojas mais bonitas e agradáveis para o cliente e, principalmente, criar vínculos com o shopper em todos os canais”
AMANDA VASCONCELOS
Diretora do Hiperideal (BA), 17 lojas e Vice-presidente da Abase
“Temos que garantir ao consumidor o encanto de ir ao supermercado, o prazer em escolher produtos e em conhecer novidades na loja”
ALEXANDRE PONI
Sócio-fundador da Rede Verdemar, 15 lojas
Tornar as lojas mais produtivas para o consumidor daqui para a frente é uma decisão para ontem. São três os motivos.
Um deles é que o consumidor está fazendo compras mais rápidas. O segundo é que há uma diminuição de 15% dos shoppers nas lojas, e o terceiro é que falta produto em casa porque as pessoas têm medo de sair à rua. “Por conta desses fatores, é essencial que as lojas sejam muito mais eficientes no merchandising e na forma de expor os produtos. Caso contrário, o varejista vai perder oportunidade de vender, o que se estende aos produtos de impulso que também são importantes”, afirma Luis Gennari, presidente da Vigor.
Para se ter uma ideia, a fabricante de lácteos tem implementado nas lojas uma exposição de queijo ralado que facilita bastante a compra. A categoria é exposta em um módulo central da gôndola de macarrão – produto que teve um boom de consumo nos primeiros dias da quarentena. Com essa organização, o sell out de queijo ralado cresceu 40%. Segundo Gennari, para garantir produtividade no ponto de venda, é preciso uma comunicação ampla, ágil e transparente. “Tenho cobrado do meu time capacidade e agilidade de ler esses novos cenários e apresentar soluções ao varejo”, destaca. Eficiência operacional, disponibilidade de produtos e flexibilidade são cada vez mais relevantes, diz o presidente da Vigor.
Outra empresa que vem procurando agilizar e simplificar a compra do consumidor nas lojas é a Kimberly-Clark Brasil (KCC). Claudio Vilardo, vice-presidente da companhia, conta que, durante o pico de consumo, o time de promotores passou a expor papel higiênico e outros itens essenciais em carrinhos de compra na entrada das lojas.
“Nas três primeiras semanas de abril, pesquisas indicam que 25% dos shoppers mudaram a loja em que faziam compras. O principal motivo é a percepção de higiene e limpeza. O segundo, a proximidade; e a terceira razão é sortimento e disponibilidade de perecíveis. Ruptura de perecíveis, aliás, é tão importante quanto de itens de limpeza neste momento”
Fonte: S.A. Varejo
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