O PIB CRIATIVO – A NOVA ECONOMIA DA CULTURA.
Não sou excepcionalmente criativo, mas sempre trabalhei de alguma forma com criação e cultura, seja no âmbito da publicidade, da mídia, do entretenimento ou gerando meu próprio conteúdo enquanto mera presença em redes sociais.
Sou, também, autor de um livro sobre um assunto muito contemporâneo: imagem pessoal e redes sociais. Então, desde sempre estive envolvido com o tema e ganho minha vida com isso.
Nos últimos 2 ou 3 anos, há nesse país uma dicotomia histriônica: ao mesmo tempo que nunca um governo foi tão contra a criatividade e cultura, nunca antes na história o mercado financeiro olhou com tanta atenção para isso.
Sim, amigos, creators economy é uma corruptela de economia criativa, que é uma perspectiva mercadológica da cultura. É o nosso PIB Criativo.
Esse segmento, apontado por muitos como um dos grandes vetores de crescimento da economia mundial pós-pandemia, representa hoje quase 3% do PIB brasileiro, gera 6.6 milhões de empregos e possui mais de 140 milhões de empresas.
Esse segmento movimenta, em média, R$ 171,5 bilhões por ano na economia, o que fica evidente o tamanho se for comparado com o setor imobiliário, por exemplo, que movimenta cerca de R$170 bilhões ao ano no Brasil. Esses dados são de um levantamento feito pela Firjan, em 2019.
Por conta do desinteresse público, muito valor que está sendo gerado em tecnologia nesse segmento não deve nem estar nessa conta. Por exemplo: o valor de mercado de propriedade intelectual, nunca antes calculado até alguém se interessar em comprar, a projeção de demanda das grandes plataformas de conteúdo para novas histórias em forma de filmes, séries, a revolução que está em curso com a chegada dos NFTs ou a força da entrada de grandes celebridades no mundo das startups.
E é aí que entramos no ponto: o mercado não está só de olho nessas oportunidades a serem exploradas, como também entendendo cada vez mais que impacto e relevância são fundamentais para virar qualquer negócio, e que isso se faz através da mídia e da cultura.
O engajamento de consumidores, mais do que nunca, tornou-se central na criação de empreendimentos bem-sucedidos em qualquer área, mais ainda na área de tecnologia e mídia.
A conexão entre empreendedores e líderes culturais, no sentido de potencializar investimentos e trazer resultados não só financeiros, está se mostrando cada vez mais potente porque provoca um impacto real na vida das pessoas.
Impacto > Influência
Não adianta apenas ser influente e provocar um turbilhão no algoritmo, é também necessário impactar de verdade a realidade das pessoas, mudar comportamentos, gerar tendências, transformar a forma com que as pessoas fazem as coisas e vivem.
Os modelos de trabalho estão evoluindo em todo mundo. A tecnologia faz uma grande revolução no sentido de que as pessoas não precisam mais trabalhar para uma grande indústria, pois elas podem fazer parte de um grande ecossistema de valor em que o que elas produzem enquanto indivíduos, seu trabalho e sua criação fazem parte de um ecossistema maior em que o indivíduo é valorizado.
Um jornalista não precisa de um jornal para escrever; um artista plástico não precisa de uma galeria para acontecer; um cantor vive e faz sucesso sem gravadora; um economista não precisa trabalhar num grande banco para orientar seus clientes, e por aí vai.
Não existe mais funil em monopólios ou oligopólios. Existem plataformas que potencializam o indivíduo em rede, em um ecossistema que gera valor para todos. A tecnologia hoje possibilita isso, e a oportunidade está exatamente na estruturação desse ecossistema. Quem são os empreendedores brasileiros que estão nos preparando para esse mundo? É para eles que estamos olhando.
Por exemplo: quanto o fundo a16Z tornou-se mais relevante no mercado depois do lançamento do seu cultural leadership fund, que possibilitou a entrada de mais pessoas negras na indústria da tecnologia, conectando empresas com artistas, líderes e empreendedores afrodescendentes?
Há umas duas semanas vi um dado que eles foram o segundo fundo liderando mais séries A no mundo. Aqui, como em todo lugar, estamos falando de impacto. ESG não é marketing, é estratégia de negócio, ou melhor, é estratégia de sobrevivência.
É este universo que me interessa, e é para esses líderes e empreendedores da economia criativa e cultura que estou olhando. Para eles que esse espaço será dedicado. O PIB Criativo já é grande, mas vai ser muito maior, só não vê quem não está atento, só não participa quem não quer.
Fonte: Artigo de Pedro Tourinho especialista em entretenimento e mídia e autor do livro “Eu, eu mesmo e minha selfie – como cuidar da sua imagem no século XXI”, lançado em 2019 publicado em Neofeed.
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