UM MILHÃO DE PMES ABERTAS NO BRASIL EM 4 MESES.
PMEs: por que tantas pessoas decidiram abrir um negócio agora em 2021, em tempos de pandemia e de crise? Conforme a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, uma microempresa deve possuir renda bruta anual igual ou inferior a R$360 mil, a empresa de pequeno porte fica entre R$360 mil e R$4,8 milhões.
De fato, o brasileiro gosta de empreender. É o que mostra uma pesquisa realizada em 2019, pelo Sebrae em parceria com a GEM (Global Entrepreneurship Monitor). Nela, o Brasil levou o título de país mais empreendedor do mundo.
Entretanto, não é apenas o sonho de ter o próprio negócio o principal motivador da abertura de tantas micro e pequenas empresas de 2020 para cá. Segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa atual de desocupação no país é a maior desde o ano de 2012. Somente entre julho e setembro de 2020, 14,1 milhões de brasileiros estavam desempregados. Porém, conforme dados do Portal do Empreendedor, mais de um milhão de formalizações de PMEs foram realizadas entre fevereiro e setembro do mesmo ano.
Bingo: a crise incentivou os brasileiros a desenvolverem o próprio negócio. Neste conteúdo, veja um panorama atual da abertura de PMEs, como o desemprego incentiva a criação dos próprios negócios e descubra qual é o setor que mais está crescendo nessa modalidade.
Aumento na abertura de PMEs nos primeiros meses de 2021
Entre janeiro e abril deste ano, segundo o Sebrae, mais de um milhão de PMEs foram abertas no país. Conforme dados do relatório Global Entrepreneurship Monitor 2020, em parceria com o Sebrae e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade – IBQP, o Brasil atingiria mesmo o maior número de pequenos e médios empreendedores até 2030. O estudo apontou que 25% dos adultos desenvolvem o próprio negócio. Porém, apesar disso, o Brasil já acumula episódios de crescimento de PMEs durante crises. O país registrou crescimento entre os anos de 2008 e 2009 e também entre 2014 e 2016.
Nesse sentido, um outro estudo realizado pelo Sebrae apontou que este número de abertura de novas empresas, agora em 2021, corresponde a 25% do total de negócios abertos durante todo o ano de 2020, 4 milhões.
Os setores que mais cresceram foram: comércio varejista de vestuário e acessórios em primeiro lugar, com 55,8%; promoção de vendas, em segundo, com 46%; e em terceiro e quarto, respectivamente, cabeleireiros, manicure e pedicure, com 36% e fornecimento de alimentos para consumo domiciliar, com 32,4%. Em último lugar do ranking com os 10 setores que mais cresceram, está o comércio varejista de bebidas, com 21,2%.
Entretanto, apesar do crescimento, mais de 300 mil PMEs também foram fechadas no Brasil, nos 5 primeiros meses deste ano. Um dado interessante é que o setor que mais registrou crescimento, também está no topo da lista do que apresentou maior índice de fechamento – comércio varejista de vestuário e acessórios.
Em segundo e terceiro lugar no ranking de fechamento, estão promoção de vendas, com 12,8%, e lanchonetes e casas de chás, sucos e similares, com 9,4%. Porém, a modalidade MEI – Microempreendedor Individual, ou seja, os profissionais autônomos, que possuem renda bruta anual de até 81 mil reais, apresentou queda.
Em janeiro, fevereiro e março de 2021, foram realizados apenas 672 mil novos registros. Esse número corresponde a 3,1% a menos do que foi realizado no mesmo período em 2020. Logo, dentre os MEIs, o setor que mais cresceu foi vestuário e acessórios. Em segundo e terceiro lugar temos promoção de vendas e cabeleireiros, manicure e pedicure.
Desemprego e a alternativa de empreender na pandemia
Como mencionamos, o brasileiro gosta de empreender, mas nem sempre é o sonho que move a abertura de novas empresas. A necessidade, devido ao desemprego, acaba sendo fator determinante para alguns milhões de novos empresários.
Em uma outra pesquisa, divulgada agora pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, até o final de maio, no Brasil o desemprego atinge hoje 12,7 milhões de pessoas. Isso corresponde a um aumento de 12,9% neste índice.
Ao todo, 7,8 milhões de postos de trabalho foram encerrados. Segundo o IBGE, este número poderia ser maior, uma vez que vários trabalhadores, em razão da pandemia, seguem em espera, sem buscar emprego ativamente.
A retomada destes postos de trabalho promete ser um pouco mais lenta, segundo os donos de empresas: 72% deles acham isso, conforme da consultoria de Recursos Humanos Audens. Ainda segundo o mesmo levantamento, o maior número de demissões foi registrado em empresas com faturamento de até 30 milhões por ano.
Em resumo, mais da metade delas optou por desligar colaboradores das áreas operacionais. O setor mais afetado foi o varejo. Se, por um lado, tem muita gente sem emprego, por outro, boa parte desses trabalhadores decidiram ter o próprio negócio. O que faltava, para muitos deles, era só um impulso ou uma motivação maior para a realização de um sonho.
Em síntese, para os brasileiros, empreender está no quarto lugar na lista de desejos, atrás apenas de comprar um carro, viajar pelo Brasil e ter a casa própria. Foi o que apontou uma pesquisa realizada em parceria do Sebrae com o GEM e o IBQP, em 55 países. Além disso, o mesmo levantamento mostrou que o Brasil está entre os dez primeiros onde a falta de emprego é considerado fator determinante para abertura de um novo negócio.
Comércio varejista de vestuário e acessórios em alta
Assim, o comércio varejista de vestuário e acessórios segue em alta, mesmo com a crise. Em 20 anos, o volume de vendas do setor é considerado o maior, conforme dados do IBGE.
Um dos motivos para este crescimento está diretamente relacionado com o também aumento das vendas por e-commerces e redes sociais.
O alto alcance e baixo custo de manutenção desses canais de venda, em comparação com os custos de manter uma loja física, é que fomenta o comércio digital como um todo, em especial para o varejo de vestuário e acessórios. Adicionalmente, a necessidade que a pandemia trouxe às empresas de se posicionarem na Internet, devido ao fechamento dos negócios no Brasil, tornou vital que as operações físicas dos negócios se tornassem rapidamente virtuais, independentemente do tamanho das empresas.
Nesse contexto, duas tendências se destacam. A primeira está relacionada com a integração dos canais de vendas e também a cooperação entre marcas. Este é o caso, por exemplo, da união dos grandes players do e-commerce Loja Integrada, Magalu e Mercado Livre, que oferecem suas plataformas para pequenos e médios empresários venderem produtos através dos seus marketplaces.
Fonte: Whow Inovação!
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